A transição do uso de veículos a combustão para VE’s, no Brasil, traz desafios que vão além da substituição de motores a combustão por baterias.
A de considerar que esta revolução elétrica se relaciona intrinsecamente à própria matriz energética do país.
Uma combinação adequada de geração de energia, contribuirá com a sustentabilidade e viabilidade dos carros elétricos.
Vamos analisar a atual configuração de geração de energia, desafios, tendências futuras e como tudo isso se relaciona ao mundo dos veículos elétricos.
Muito se fala que o Brasil se destaca mundialmente por possuir uma matriz energética majoritariamente limpa e sustentável.
E uma breve consulta (clique no texto acima “Matriz energética atual”), não deixa dúvida alguma quanto a veracidade deste fato.
Temos um grande número de usinas hidrelétricas, respondendo por cerca de 60% da geração total brasileira, e também investimentos em outras fontes renováveis como eólica, solar e biomassa, gerando grande quantidade de energia limpa.
Uma matriz assim, coloca o Brasil em uma posição e destaque e talvez vantajosa para a adoção de carros elétricos, já que a eletricidade utilizada tende a ser menos poluente comparada a países com geração elétrica dependente de combustíveis fósseis.
No entanto, esse perfil poderá não se manter no futuro e essa energia limpa não é necessariamente barata, vamos entender alguns motivos.
Um dos motivos da nossa energia cara que certamente já veio a sua mente, são os impostos, a carga tributária existente.
É bem verdade que isso não pode ser deixado de lado, e compõe certamente a cesta que encarece a nossa energia.
Mas um outro fator é conceitual; construir hidrelétricas consiste na realização dos investimentos mais atrativos em primeiro lugar, ou seja, novas hidrelétricas tendem a produzir energia mais cara do que aquelas que já existem pois exigem mais investimentos.
Além disso, a tecnologia deste tipo de geração (hidrelétrica) não evolui na mesma velocidade de outros setores, o ganho não é expressivo com o passar dos anos.
Não se pode deixar de lado, também, os entraves ambientais para se ampliar a geração de energia hidrelétrica.
A energia eólica é considerada como fonte interruptível, ou seja, estão mais sujeitas a impactos diretos e imediatos do meio ambiente, como a falta ou redução dos ventos.
Neste caso, porém, quanto mais investimentos, menor é o custo, e mais atrativa se torna essa solução.
A energia solar ainda é um desafio. Seu custo é alto e o aproveitamento relativamente menor, mas segue a mesma linha, quanto mais investimentos, menor o custo e mais atrativa pode ser o custo da energia.
Outras fontes mais poluentes, como as usinas térmicas, são necessárias para garantir o abastecimento em picos de consumo ou mesmo interrupção de parte do sistema. Também apresentam maior atratividade econômica quando os investimentos são escalados (maiores).
Portanto, para baratear a energia, diversificar as fontes é importante, mas não se pode esquecer do meio ambiente. Também é preciso estimular a ampliação de geração de energia descentralizada, além da redução da carga tributária.
Se simplesmente realizarmos investimentos para ampliação de geração de energia, sem bons critérios, corremos risco de a matriz deixar de ser limpa.
Tudo isso traz desafios importantes no horizonte.
Nossa dependência atual de hidrelétricas torna o Brasil vulnerável a algumas variações climáticas.
Secas podem, por exemplo, afetar a disponibilidade de energia, e a aumentar o custo por provocarem a acionamento das térmicas.
O crescimento da população e o desenvolvimento econômico irá, sem dúvida, requerer um aumento na disponibilidade de energia, trazendo questões sobre sustentabilidade e discussões sobre os investimentos necessários.
Assim como em outros assuntos, diversificar é uma palavra-chave, e válida para o futuro energético brasileiro.
Investimentos crescentes em fontes de energia renováveis, como solar e eólica, estão em curso e devem se expandir, mas teremos limitações na ampliação de geração hidrelétrica.
O potencial da energia solar é enorme, pois temos abundância de sol, de dias ensolarados em grande parte do território brasileiro.
Mas anota aí: a bioenergia e a energia do movimento dos oceanos são áreas promissoras e com potencial de crescimento e inovação.
Para os carros elétricos, uma matriz energética limpa e diversificada é sinônimo de sustentabilidade.
Por isso, precisamos de energia o mais limpa possível para abastecer os carros elétricos, reduzindo assim a emissão de carbono.
E vimos que a ampliação da geração energética e de toda infraestrutura será crucial para garantir e suportar a expansão da rede de carregamento de veículos elétricos.
Há uma relação estreita entre a matriz energética brasileira e os veículos elétricos.
Isso porque a matriz energética influencia a eficácia e a sustentabilidade das recargas dos veículos elétricos.
O crescimento deste mercado não só irá pedir por mais energias limpas como certamente impulsionará essa demanda.
Nesse contexto todo, o Brasil mais uma vez se destaca por possuir uma oportunidade de liderar esse caminho para uma integração harmônica entre mobilidade e energia, abrindo caminho para um futuro mais sustentável e energicamente eficiente.
Conseguiremos manter nosso diferencial?!
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